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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

«Aqui para nós…!»

Via láctea”… por terras minhotas

 
Há dias, depois de passar O Convento de Vairão e a Ponte de D. Zameiro, a que já ouvi chamar “Ponte da Maia”, embrenhei-me por “Terras de Faria” a caminho da Ponte de Barcelos; O meu destino era Barcelos!
Por ali as ruas, já minhas conhecidas, não são largas. O movimento não era intenso.
Não teria prestado grande atenção à paisagem se o meu “pendura” não me fosse chamando a atenção para o encanto de paisagem, que nos rodeava.

Admirava a verdura intensa dos milheirais de folhagem novinha, enquadrada na floresta estendida, pelo horizonte, em continuidade …

Os campos ricamente murados e agricultados com luxo até, dão nota de que proprietários e propriedade são por todos devidamente respeitados.

Habitações, grandes ou pequenas, muros de quintais e jardins, irrepreensivelmente brancos e nada conspurcado com estranhos “grafitis”.
A viatura entrou num aglomerado, dos muitos que por ali há, e todos belos.
Foi grande a tentação de encostar, para ver melhor autênticos palácios e conjuntos de grandes casas, “boa traça”, impecavelmente zeladas e belos e bem cuidados jardins. Muitas reduzidas a “casas de Verão”.

Os Caminhos de Santiago são “Vias Lácteas” autênticas. Cheios de História, de lendas e de contos por contar. O Minho é Terra de leite e de deleite!
É Terra que clama por Poetas e por Pintores que dêem relevo à paisagem; clama por Músicos que explorem a extensa etnografia e folclore; a gastronomia e as canecas de vinhos irrequietos, frescos e frutados; As luminosas festas que se estendem com coloridas luzes, por todo o lado e Verão inteiro.

Sem esquecer o povo hospitaleiro trajado de cores garridas que canta e dança, seja no trabalho ou pelas romarias.
Nem o colorido dos trajes do rico folclore, nem as ornamentações coloridas dariam sentido a tantos “Zés Pereira” atroadores, a tanto despique de “bandas de música”, a atroadoras alvoradas”, ao estrelejar de fogos coloridos das noitadas que ao longe “distribuem convites” para a “ - nossa festa” se aquele povo não fosse tão acolhedor e tão amante de festas e de convívio.

Encostado à berma tentei parar uns instantes, mas a estrada, não oferecia espaço para aparcamento ínfimo que fosse; os passeios, impecavelmente arranjados, com cinquenta centímetros de largura não ofereciam a menor segurança ao pobre peão ou ao peregrino.
Foi aí que notei um peregrino de bordão e mochila, que pé no passeio, pé na estrada laboriosamente regressava de Compostela.
O passeio, dificultava o peregrinar e nada defendia do trânsito.

Vinha eu a pensar como seria agradável, ficar por ali uns tempos perdido entre tanta beleza; Banhado num mar de luz.
Pensei:
«- Será esta gente alheia ao Turismo e aos “Caminhos de Santiago”?

- Ah céus; Compreendi!
Aqui é “tanto o leite” e “tanto o mel” que nem as Autoridades se aperceberam de que a “Via Láctea” também passa ali; Pelo Minho!


mc santos leite
2014-07-17

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