Ninguém viu as mãos
de Deus! Alguns, não as vendo… sentem-nas!
O duro Inverno e o frio
vão anunciando em força, as gélidas noites das vésperas de Natal!
Ao entardecer
movimentos dos faróis denunciavam contínuas manobras de um carro de
instrução pelos arruamentos inacabados da futura urbanização.
A dado momento o carro
parou; O instrutor tinha lançado repentinamente a mão à chave de
ignição e parou o motor da viatura.
«- Também ouviu?
Perguntou ao aluno.»
Antes que respondesse o
instrutor apurou o ouvido e abriu a porta, de mansinho. Ouviu-se
distintamente o gemido de um Bé-bé.
Na noite escura e
gelada procurou encontrar um ponto onde estivesse a origem do gemido;
Tinha a certeza de estar por ali um Bé-bé; E procurava encontrá-lo.
Um pouco além
encontrou uma criança com poucos minutos de vida. Pousado nas ervas
brancas de gelo que cobriam agreste monte de pedras.
A inapropriada ajuda do
instrutor e do instruendo anteciparam-se aos vizinhos e à aos
bombeiros que dentro em pouco entregavam o pequeno ser na
maternidade.
O menino entregue às
«gesperas da neve», como dizem os “vareiros”, deram-lhe o nome
de José Maria.
«Ao menino e ao
borracho, Deus lhe põe a mão por baixo.»
As Suas mãos… nunca
Deus as deixa ver!