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terça-feira, 12 de novembro de 2013

AS MÃOS DE DEUS

Ninguém viu as mãos de Deus! Alguns, não as vendo… sentem-nas!

O duro Inverno e o frio vão anunciando em força, as gélidas noites das vésperas de Natal!
Ao entardecer movimentos dos faróis denunciavam contínuas manobras de um carro de instrução pelos arruamentos inacabados da futura urbanização.
A dado momento o carro parou; O instrutor tinha lançado repentinamente a mão à chave de ignição e parou o motor da viatura.
«- Também ouviu? Perguntou ao aluno.»
Antes que respondesse o instrutor apurou o ouvido e abriu a porta, de mansinho. Ouviu-se distintamente o gemido de um Bé-bé.
Na noite escura e gelada procurou encontrar um ponto onde estivesse a origem do gemido; Tinha a certeza de estar por ali um Bé-bé; E procurava encontrá-lo.
 
Um pouco além encontrou uma criança com poucos minutos de vida. Pousado nas ervas brancas de gelo que cobriam agreste monte de pedras.
A inapropriada ajuda do instrutor e do instruendo anteciparam-se aos vizinhos e à aos bombeiros que dentro em pouco entregavam o pequeno ser na maternidade.
O menino entregue às «gesperas da neve», como dizem os “vareiros”, deram-lhe o nome de José Maria.
«Ao menino e ao borracho, Deus lhe põe a mão por baixo.»
As Suas mãos… nunca Deus as deixa ver!