Família
do Beato
Domingos Jorge
Martirizada
no Japão
Em 1619
«Os
primeiros portugueses chegaram ao Japão em 1543»; mercê do
entusiasmo de S. Francisco Xavier e do ânimo dos Jesuítas começaram
a evangelização por Nagasaki, grande impório comercial, onde os
católicos contavam duzentos e cinquenta mil fiéis.
Em
1587 já o “shogun
Toicosama” criava os
primeiros atritos com os cristãos obrigando muitos Missionários a
viver na clandestinidade, disfarçando-se de mercadores e
evangelizando de forma discreta.
Depois
de um período de acalmia o
shogun «desencadeou nova
perseguição que viria a durar décadas, causando incalculável
número de Mártires; dizimando famílias inteiras e sem poupar
crianças de tenra idade». Não obstante a Igreja continuou a
crescer.
Domingos Jorge e
família
Entre
inúmeros Mártires da fé destaca-se Domingos Jorge, natural de S.
Romão de Vermoim, Maia, a esposa Isabel Fernandes e o filhinho
Inácio de quatro anos de idade; Beatificados em 7.05.1867.
«Domingos
Jorge passou pela Índia, como soldado e levado depois, por espírito
de aventura, até ao Japão» onde casou com uma jovem japonesa,
baptizada. O pequeno Inácio tomou o nome do fundador da Companhia de
Jesus.
Um
dia Domingos Jorge recolheu em casa dois missionários em serviço na
localidade e «às 11 horas da noite do dia 13 de Dezembro de 1618»,
soldados assaltaram-lhes a casa e prendendo os missionários.
«Não
foi com surpresa nem com pesar que Domingos Jorge recebeu notícia da
condenação à morte pelo fogo, tendo este desabafo:
«Mais
aprecio eu esta sentença do que se me fizessem senhor de todo o
Império do Japão»
Domingos
Jorge fez a pé o percurso para a “Colina dos mátires”
acompanhado de outros cristãos condenados à morte em fogo lento
«Para
impedir os cristãos de recolher relíquias, os algozes até os ossos
lhes retalharam, para que ardessem mais facilmente».
Excerto
do texto oferecido pelo emérito Arcebispo Bispo do Porto, D. Júlio
Tavares Rebimbas, em 10.12.1994; Casa de Vilar, Porto.
Domingos
Jorge, Isabel e o filhinho de quatro anos foram beatificados pelo
Papa Pio IX em 7.05.1867, incluídos num grupo de 205 mártires.
O
Papa publicou este Breve de beatificação:
«Domingos Jorge,
com a esposa Isabel Fernandes e o filho de quatro anos, foi levada ao
local do martírio pelos algozes. Dele se lê nas actas algo que
parece prodigioso, pois, imóvel, sem dar um ai, ao ver a cabeça da
mãe rolar, como se desejasse associar-se á confissão de fé da sua
mãe, com a mesma alegria mostrada por ela, perante a admiração da
multidão que presenciava, oferece ao algoz o pescocinho para ser
decapitado».