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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O CEGO DO MAIO

«O Cego do Maio»
Monumento na Póvoa de Varzim

O “Cego do Maio” é personalidade de referência não só na Póvoa de Varzim como por todo o lado onde, poveiros, labutem.
José Rodrigues Maio durante a vida participou em inúmeros salvamentos; a Póvoa naquele tempo, e ainda hoje é fértil em tragédias e parca em meios de salvamento. A Igreja de Santana, ali, “voltada” ao mar poveiro, num expressivo azulejo, continua a pedir um P.N. e uma A.M pelas 105 vidas que o mar, particularmente revolto, a 17 de Fevereiro de 1882, ceifou.


Pescador, por humilde herança salvou, com abnegado heroísmo inúmeros companheiros; resgatados de morte certa.
Ao menor pedido, sua bateira, indiferente ao perigo, partia sem demora em auxílio do próximo; seus gestos de abnegado altruísmo e abnegada dedicação, estiveram a vida inteira ao serviço “do outro pescador”.
Mais tarde, cego e já velho, mantinha toda a dedicação à vida do mar; era-lhe grato o cheiro à maresia; o ouvir o bater da onda e o falar de poveiros e poveiras no ardor da faina.
Vinha sempre à praia, respirar o fresco e ouvir maresia e sentir o bater da vaga. Sonhava com pecadores em perigo. Perdido e achado, fincava-se no recanto do penedo onde nada o distraía do mar Não fora, surgir restos doutra bateira a dar à costa, arrastados pela vaga e ainda com vidas para salvar. Procurava distinguir o grito de companheiro náufrago, a quem fossem necessários urgentes meios de salvamento.
Ficava sempre por perto para melhor sentir o bulício da faina. Atento ao marulhar da onda.
Se os olhos já não o ajudavam … A falta de visão aguçara a sensibilidade dos sentidos; o ouvido e a atenção redobraram.


A memória do “Cego do Maio” tende a afastar-se da realidade, mas vem a lenda e ajuda.
Seus feitos memoráveis levaram a que Poveiros emigrados no Brasil tomassem a iniciativa de lhe dedicar um monumento na Póvoa. O Clube Naval poveiro patrocinou. A briosa classe piscatória, generosa cotizou e organizou quermesses e récitas, angariou fundos.
Depois de 1909 já o “Cego do Maio”, plasmado no bronze, eternamente atento, lá do alto do plinto, “podia voltar “a ver ao longe” o nosso mar”,!


O rei D. Luís agraciou o herói com as insígnias da «Ordem da Torre e Espada».


- Cego!
- Cego é aquele que não quer ver!
José Maio, intrépido, ultrapassando “cegueiras” e medos; viu no seu próximo a própria tábua de salvação, conquistando pelo heroísmo a fama que o impusera ao “bairrismo dos Poveiros”; Quer estejam na Póvoa, quer vivam espalhados pelo mundo, se orgulham do grande conterrâneo, José Rodrigues Maio.

José Rodrigues Maio, nasceu na Póvoa de Varzim 1817 onde f. 1884.
Era pescador.


m. c. santos leite

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

SÃO JOÃO BAPTISTA


São João Baptista, depois de Jesus, foi um dos maiores homens da História.
Foi o grande “Percursor” de Jesus, de quem era “parente próximo, seis meses mais idoso que ele.
Antecipou-se a Jesus com a altíssima missão de lhe preparar o percurso.
São João esteve retirado no deserto para fazer a sua provação de sacrifício.
Foi João quem deu aos homens os primeiros conhecimentos sobre a divina Missão de Jesus.
Falava com a máxima veemência e dizia de Jesus que: «nem digno seria de Lhe apertar a correia da sandália».

Era filho de Isabel e Zacarias, sacerdote do Templo. O casal vivia em Paz e feliz apesar de não possuir filhos. Esperança que ocultamente acalentava.

São João Baptista é o Santo da Cidade do Porto e de outras Cidades portuguesas, reserva-lhe o seu Feriado Municipal para celebrar o dia, com enorme noitada, toda preenchida de tradições, seguidas por compacta multidão que faz uso do vinho verde, da broa e da sardinha assada com abundância, seguindo religiosamente a tradição.
Pelas ruas são vendidas ervas aromáticas aos molhinhos: Cidreira, alfazema, alfádega, «alhos porro», vasinhos de «manjerico» etc.
Há música em abundância, marchas populares, ranchos que dançam em roda e cantam quadras tradicionais e improvisadas, dedicadas ao Santo, à noitada e à animação.

Noitada esfusiante!
A noitada que é vivida intensamente por todo o Norte de Portugal sendo muitas as terras que lhe dedicaram o «padroado, «o nome», o «dia santo» ou o feriado municipal.

Os rapazes no seu bairro ou aldeia, fazem sempre uma cascata, que é um pequeno monte em barro disposto em trono coberto de musgo. Ao centro, São João preside à cascata de que fazem parte figuras minimalistas de barro pintado, pastores, carneirinhos, coreto com banda de música etc.
A cascata representa a vida quotidiana do povo em eras passadas.
A cascata de São João é o centro das Festas populares. E as cidades dedicam-lhe as maiores festas do Norte de Portugal enquanto quase todas as aldeias lhe dedicam pequenos festejos com noitada de véspera e uma grande fogueira que o povo acende ao anoitecer enquanto lança pelos ares, foguetes e fogo de artifício.
O Povo suspende pelos ares cordéis com balões iluminados e enfeites e fazem subir, balões de São João, adquiridos na mercearia próxima.


Certo dia Herodes deu uma festa que terminaria em música, bailado e grande banquete.
Como bailarina, exibiu-se Salomé a filha da mulher que Herodes roubara ao irmão.
Salomé dançou primorosamente e no fim, ao cumprimentar Herodes, este disse-lhe:
«- Foz-te inexcedível! Pede-me o que quiseres que eu te darei.»
Salomé surpreendida e não sabendo o que pedir dirigiu-se à mãe para que a ajudasse na escolha da prenda que pediria.
«-Pede-lhe a cabeça de João
Herodes, que na presença de tanta gente, não podia retroceder viu-se compelido a cumprir a promessa.
Dentro de instantes já chegava ao salão a cabeça de João numa rica salva de prata.

João, numa das suas pregações tinha verberado o procedimento de Herodes acusando-o de não de não respeitar o compromisso entre o irmão e a mãe de Salomé, Herodíade e aproveitou ocasião para exercer vingança viperina.

São João, tinha convivido com Jesus apenas na infância e não sabia se reconheceria Jesus quando Ele se apresentasse para ser baptizado; até que numa noite, em sonho lhe foi dito que durante o Baptismo Jesus se daria a conhecer.
No momento em que São João lançava a água na cabaça de Jesus, viu que o Divino Espírito Santo, em forma de pomba descia sobre Jesus e ao mesmo tempo que uma voz, vinda do Céu se fazia ouvir, dizendo:
«- Este é o meu Filho muito amado em quem pus todo o meu enlevo!»

m c santos leite