Translate

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Ana Catarina Emmerich



Anna  Catharina no seu leito de dôr em Dulmen


Biografia
Catarina Emmerich foi religiosa da Ordem de “Santo Agostinho”. Nasceu em Munster, na Alemanha em 1774 onde faleceu em 1824, em aroma de santidade.
Como escrevera a Irmã Ângela de Fátima «Postuladora da Causa da Canonização de Francisco e Jacinta Marto», no nosso blog “No Coment” : «Uns nascem para escolher, outros, nascem para ser escolhidos.» Ana Catarina Emmerich nasceu como “alma escolhida”. “ privilegiada”.
Foi batizada no próprio dia do nascimento e durante o Batismo notaram que ela seguira todos os movimentos do pároco. Passados anos ainda fazia minuciosa descrição de quanto se passara no dia do batismo.
Possuía o dom de ver os Anjos, os Santos e a SS. ma Virgem. A partir dos primeiros anos recebia conhecimentos de factos e verdades inatingíveis na sua idade e condição humilde, o que levava a que o pai lhe perguntasse:
- « Quem te ensinou essas coisas?»
- « Foi o meu Anjo da Guarda quem mo disse!»
Aos dezoito anos consagrou-se ao serviço de Deus e foi bater às portas das Ordens religiosas próximas, mas todas lhe responderam que «eram pobres e não podiam receber mais ninguém!» 
Passados dez anos foi recebida pelos “Agostinhos” no convento de Dulmen, que pouco tempo passaria mais antes de ser encerrado. Depois foi recebida em casa de uma empregada vinda do convento e que a instalara num cubículo. Por essa altura já o seu sofrer incomodava quem estivesse perto e por lá ficou até ao fim dos seus dias.
Quando todos previam próximo o seu fim, Deus começou a fazer-se sentir a resistência ao sofrimento, de Catarina.
Á semelhança de S. Francisco de Assis recebeu os “estigmas da Paixão” que sangravam abundantemente em certos dias; tantas vezes às sextas-feiras, quando os sinais eram mais visíveis, a exemplo daquilo que Jesus sofreu na Paixão.
De todas as graças recebidas de Deus, extraordinárias foram sem dúvida, as grandes visões que atraíram sobre ela as atenções dos fiéis e das autoridades.
A obscura monja agostinha, que dos pais nada mais aprendera que o cultivo da terra e a guarda de ovelhas, descrevia factos do Antigo ou do Novo Testamento, como se os tivesse presenciado; pois tudo lhe era manifestado, por Deus, com todas as particularidades dos lugares onde ocorreram e do tempo.

Com toda a minúcia descrevera a vida da Santíssima Virgem. É prodigioso o modo como descreve a Vida do Senhor e a Sua genealogia, ou o parentesco com as pessoas que acompanham a sua vida apostólica; a “Última Ceia”, a “Paixão” e muitos pontos do Evangelho. Falou de “Gabara”, de “Madalena”, das “Bem-Aventuranças”, da ressurreição de Lázaro, etc. Tudo em perfeito acordo com os Evangelistas.
São muitos factos relatados e omissos no Evangelho relatados no meio de rudes sofrimentos.

Certo dia a enferma foi visitada por Clemente Brentano, um escritor que viera a Dulmen incumbido de verificar factos muito falados pela região do Reno, e atribuídos a “Catarina Emmerich”.
Um dia “Catarina” devassou o coração de Brentano e falando-lhe dos seus “segredos de alma”, só conhecidos por Deus e por ele.
O escritor declarou-se vencido pela evidência e, tendo sido ”indiferente” até aí, passou a percorrer caminhos de salvação.
A partir daí tornou-se seu biógrafo.

 
A «PANAGUHIA CAPÚLI»
As revelações verdadeiramente assombrosas, recebidas por “Catarina Emmerich” e registadas por “Clemente Brentano”, estão traduzidas em várias línguas e, publicadas em vários volumes.  
Em Esmirna, pelos fins do século XIX havia um hospital dirigido por Irmãs de
S. Vicente de Paulo e um seminário dirigido por lazaristas.
Certo dia a chegou às mãos da directora do hospital um livro que contém as descrições de Brentano. E o livro foi enviado aos lazaristas.
Não tendo conhecimento da matéria versada no livro, os Lazaristas ficaram surpreendidos e decidiram estudar o caso, procedendo às necessárias averiguações no local para se certificar da verdade. Esmirna e Èfeso distam uma hora de comboio.
Entre os registos de “Brentano”, descrevem-se as visões de Catarina Emmerich; o reencontrar a «Panaguia Capuli» *), e a vida da Santíssima Virgem em Éfeso e Jerusalém, até ao fim dos seus dias.
À morte de Nossa Senhora chamam “dormissão da Virgem”.

Catarina Emmerich, mercê das extraordinárias revelações permitiu que ficássemos a saber que a “Virgem Maria” vivera nas proximidades de Éfeso os últimos nove anos da sua vida.
Habitou uma casa que S. João construíra para Ela, quando por ali a passara a pregar o Evangelho de Jesus.
Orientação e local onde se situa estão minuciosamente descritas, bem como os terrenos vizinhos, caminhos e distâncias que levam a «Panaghia Capuli».
No dia 27 de Julho de 1891 os Lázaros partiram em expedição para verificar
o local e tentar encontrar informações ou vestígios da casa de Nossa Senhora.
O dia da chegada ( 29/07) foi um dia abrasador e a primeira coisa que procuraram foi “água” para se dessedentar. Entretanto viram gente que trabalhava num campo e foram pedir-lhes o desejado fluído. A resposta foi «-Não tinham», mas logo um trabalhador lhes disse apontando um local onde havia uma nascente:
« - Acolá! No “Monastiri”! Acentuaram em conjunto.
Rodeada de um maciço de plátanos e rodeada de árvores, lá estava o “Monastiri” e a fonte!
Monastiri”, assim chamavam a agente da terra se referia a «Panagia Capuli»!

*) – «Panaghia Capuli», Maison de la Sainte Vierge ou «Casa Santa».

A Vida de Nossa Senhora em Éfeso
Em tempos passados, Esmirna fôra grande cidade, centro comercial da Anatólia e importante “placa giratória” das caravanas vindas do Leste asiático que aqui traficavam com os comerciantes do Ocidente.
 culto da Virgem em Éfeso, quanto me apercebo, é muito antigo e fez sempre parte do conjunto de manifestações religiosas conhecidas do Povo “Kirkindjé” *).
Este culto, hoje muito diluído pelo tempo, não impediu que os clérigos de Esmirna voltassem para confrontar a realidade com as “visões” de Catarina Emmerich” e logo se apercebessem como eram seguras as informações recolhidas, junto do Povo.
 As peregrinações, partindo de Èfeso, que se realizavam em honra de Santa Panaghia, seguiam até ao cimo da colina e eram costume tão entranhado que os oito séculos passados não tinham sido suficientes para apagar os vestígios de amor à Mãe.
A publicação que possuo, datada de 1929 e regista:
«As peregrinações que de Éfeso se faziam a Kirkindjé, ainda hoje se realizam.»

O túmulo de Gethesémani
 Quem visita os lugares Santos encontra no Vale de Josafat um pórtico, próximo do Horto das Oliveiras.
Entrando pelo pórtico e descendo íngreme escadaria, acedemos a uma gruta onde se encontra um túmulo que dizem ter sido o túmulo de “Nossa Senhora”.

As investigações
Em Esmirna havia um bom hospital da responsabilidade de das Irmãs de São Vicente de Paulo, e um seminário dirigido por Lazaristas.
Um dia chegou aos Lazaristas um livro de “Clemente Brentano”, enviado pelas irmãs de São Vicente de Paulo, que tentamos seguir, revela a passagem de Nossa Senhora por Éfeso, até que aí se Lhe findou a vida.

 A expedição
A missão atribuída ao Padre Gouyet partiu em 1891 para Éfeso, à descoberta da “Panaghia Capuli” **). Em Esmirna havia um bom e honesto homem, natural de “Kirkindjé”, local onde fica a Panaghia, e que já tinha informado o bispo das tradições do seu tempo.
A missão, ao dirigir-se a Éfeso, passou pelo bispado. O bispo ouviu-os atentamente e disse-lhes:
- Estais no bom caminho é exactamente isso quanto averiguei e aquilo que penso!
O pequeno grupo partira de Esmirna, procurando investigar no terreno, os conhecimentos ainda existentes e confrontá-los com as revelações de Catarina Emmerich.
Chegaram ao local da Casa da Virgem debaixo de um Sol abrasador, apoderou-se deles a sede e recorreram a um grupo de trabalhadores do campo pedindo-lhes água:
- Que não tinham, mas que havia uma fonte… além.
E apontavam um conjunto de árvores para onde o grupo logo se dirigiu. As árvores escondiam a fonte e a “Panaghia Capuli” procurada.
Depois surgiram várias opiniões entre as hipóteses da “dormição” da Virgem se ter verificado no “Vale de Josafat” ou em “Éfeso”.
A dúvida persistiu até que a revelação de um documento conciliar de Éfeso do século V, definiu o local da “dormição da Virgem”, em Éfeso.
Sendo esta a opinião até hoje mais seguida.  

*) - Kirkindjé. Povo Kirkindjé ou habitante de localidade próxima de Èfeso.
**) – Panaghia Capúli  ou “Casa da S.S. Virgem”
 m. c. santos leite

Sem comentários:

Enviar um comentário