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sábado, 16 de março de 2013

AS BODAS DE CANAÃ


As Bodas de Canaã” são a descrição do milagre da transformação da água em vinho, que Jesus operou em Canaã e a que S. João Evangelista assistiu antes de ter sido escolhido. S. João foi o único Evangelista presente e também o único evangelista que o descreveu no seu Evangelho.
A descrição d´ As Bodas de Canaã está entre as leituras mais belas e movimentadas que os “Evangelhos” registam.

Tantos foram os convidados que aceitaram comparecer à boda que ainda o banquete não ia em meio e já a Mãe de Jesus notara que iria faltar o vinho. “A Mãe” de Jesus, condoída pelo vexame que sofreriam os anfitriões recorreu ao Filho e disse-Lhe discretamente:
«- Não têm vinho!»
Ao que Jesus respondeu:
«-“Mulher”! Ainda não chegou a nossa hora!»
Resposta subtil e modo de dizer discreto: «- Viemos aqui para aceder a um convite e não para resolver as dificuldades dos outros!»
Mas Maria logo recomendou ao primeiro criado:
«- Fazei tudo quanto Ele vos disser!»
Jesus falara à Mãe, como pessoa divina que procedia segundo um programa superior. Vibrava já o coração de Maria, movido pela réplica do desgosto que sofreriam os anfitriões; mas o coração de Jesus, não é insensível às batidas apressadas do coração da Mãe e logo fez recomendações, ao servente:
«- Enchei as talhas de água!»
Dentro em pouco, e talhas cheias já Jesus continuava:
«- Leva-o ao chefe de mesa e pergunta-lhe se podes mandar servir.»

«Como se compreende, as Parábolas, foram escritas de modo a facilitar ao ouvinte mais fácil compreensão da mensagem.
Mas… em conjunto vai uma mensagem subliminar, que é a parte mais rica do texto.

O estudo do milagre das Bodas de Canaã, levou à conclusão de que a presença Jesus, de Sua Mãe e de alguns discípulos, quis tornar sagrado o “contracto nupcial” e dar relevo; e não só ao de Canaã, mas a todos. Dar-lhe dignidade de “Sacramento”, chamar a atenção para a grande importância que a estabilidade matrimonial produz no Lar e no equilíbrio social; para defesa das necessidades basilares dos mais desfavorecidos: viúvas, crianças, idosos e doentes.

O milagre da transformação da água em vinho, atestando desde logo a divindade de Jesus, tornou conhecidas as “Bodas de Canaã” em dimensão e dignidade que ninguém ousaria esperar.

O milagre é apontado como forma de oferecer aos noivos uma rica “prenda de casamento”; como quem compreende que “inícios de vida”, nem sempre fáceis, e que as prendas válidas são “bem vindas”.

A descrição do milagre e o modo solícito, como o Filho acede aos pedidos da Mãe não tem passado despercebidos e são forte razão pela qual continuamente recorremos à Mãe de Deus!

2ª PARTE

Quando Jesus mandou apresentar o vinho ao chefe de mesa, iniciava-se aqui a segunda parte da belíssima Parábola.

Na continuação do repasto Jesus aparece agora sentado na presidência da mesa, no lugar do Noivo e o ambiente assume ar de “boda nupcial”!

«- Falta a noiva!»
Pensavam alguns comensais…
«- A noiva somos nós… «Membros de uma Igreja que Jesus veio criar!»

O chefe de mesa provou o vinho e ficou admirado com a qualidade!
Levantou-se e foi ter com o Noivo exprimindo-lhe a admiração que lhe ia na alma, devido à excelência do néctar.

- Os outros servem primeiro o bom vinho e, mais tarde, quando já têm bebido bem, servem-lhes vinho inferior!
Tu mandas-te servir do melhor vinho de início e serves-lhe “outro muito melhor”… ao fim!
Era quanto o chefe de mesa queria salientar:
«Quanto melhor conhecemos Jesus, melhor sabemos apreciar os seus ensinamentos.»

Jesus não respondeu! Os conhecimentos do chefe de mesa não atingiam ainda os elevados meandros onde se movimentava Jesus.


Como podia o chefe de mesa saber que este banquete, em que a água foi transformada em vinho, era prenúncio de outro banquete mais importante, a realizar numa “quinta-feira”, em que Jesus transformaria o vinho no seu Sangue, e pão no próprio Corpo.
Mas, para o chefe de mesa, «transformar água em vinho, já era facto inequívoco de que só “a Divindade” podia operar!»

Passaram-se três anos, em que o “Noivo” pregou o Reino de Deus pela Palestina e o arquitriclino pode ter tido conhecimento de um repasto semelhante, realizado em Jerusalém, na Cidade de David. No Cenáculo.

O Noivo desta vez oferecera uma Ceia!
Se na boda de Canaã Jesus fizera com que a água se transformasse em vinho, desta vez fez com que o vinho se transformasse no Seu próprio Sangue e que o Pão se transformasse no Seu Corpo. Teria sabido que o Pão, partido na presença de todos, foi por todos distribuído.
O seu corpo crucificado foi, no dia seguinte oferecido aos Homens, no Gólgota!
Durante a Ceia, todos comeram do seu Corpo e beberam do seu Sangue.

E o arquitriclino pensava «De facto, «Esta oferta é muito maior que a oferta de Canaã»
A transformação da água em vinho foi um milagre de que Jesus se servira para mostrar a Sua Divindade.
«- Se Jesus fazia milagres! Se era filho de Deus! Então Jesus era Deus!» Pensava para si!

Já se falava há muito na vinda do Filho de Deus, que devia vir para salvar a humanidade.
As Bodas de Canaã ajudam a compreender o mistério, da vinda do Filho de Deus
ao mundo!


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